Envenene-se...
Envenene-se...
Envenene-se crianças crias desse tempo sem calmarias ou bonanças.
Envenene-se crianças ainda no sonhar,
logo ao despertar,
antes do café da manhã.
Envenene-se no ponto de ônibus,
antes do bom dia seco do professor.
Envenene-se,
vistam-se de luto e degeneração,
camuflem-se ao mundo em que lhes jogaram,
mas fundamentalmente envenenem-se,
amaluquem-se de peçonha,
de refrigerante com monóxido,
de água de esquistossomose,
de cistos de desesperança.
Envenene-se.
Envenene-se crianças,
envenene-se de multinacionais,
de multimídias,
de mutilações.
Envenene-se suas narinas,
veias, alveloz,
que o mundo não vale uma virtude sequer.
Envenene-se de amores falsificados,
virão-se usando o amor,
já que o ódio é por demais inócuo e pouco criativo.
Criaturas mal nascidas,
envenene-se de insônia,
de tímpanos sangrando,
de sedativos.
Inoculem-se de desconfiança e perfídia.
Envenene-se crianças que o mundo não lhes considerá uma única contra-dança.
Eu de minha parte,
vou continuar aqui,
e todos nós apesar de tudo,
continuaremos aqui.
* por Ricardo Cangemi da Cruz
* não deixe de comentar, tuitar e curtir, assim estará contribuindo na continuidade e na melhoria do blog.
Uau... estou sem palavras, tem uma fúria incrível, vc realmente se supera cada dia mais seu lindo >.<
ResponderExcluirEstamos vivendo num mundo que por si só já é um veneno.
ResponderExcluirincrível... muito bom
ResponderExcluirincrível,adorei embora que desanimador
ResponderExcluir